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FRANCISCO VALENÇA

1882-1962

Desaparece o "Leão de Ouro"?

imagem: BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL 

Dois dias antes do leilão das obras, realizado a 25 de Fevereiro de 1939, Francisco Valença publicou na capa do Sempre Fixe uma caricatura do proprietário do Restaurante Leão de Ouro, José Costa, que se dirige aos retratados em Grupo do Leão de Columbano Bordalo Pinheiro: "Tenho muita pena, meus queridos amigos, mas não posso tê-los mais tempo à mesa: são horas de fechar a porta...". (VALENÇA, 1939: 1). Na verdade, o restaurante não encerrou, mas as obras foram retiradas para casa de Costa, após o falhanço do leilão (à excepção de uma venda).

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FRANCISCO VALENÇA

1882-1962

O leilão dos quadros do "Leão de Ouro" (Alfredo da Silva)

imagem: SEMPRE FIXE [reproduzido daqui] 

Cartoon alusivo à única venda do leilão das obras do Restaurante Leão de Ouro, feita pelo industrial Alfredo da Silva, que adquiriu Paúl da outra banda, também conhecido como Pântano, de José Malhoa, publicado no Sempre Fixe de 9 de Março de 1939.

A legenda diz:

Sabe-se já por que adquiriu o Sr. Alfredo da Silva o quadro cujas cores mais alteradas estão pelas emanações das sopas de camarão e dos refogados, a ponte de parecer pintado com molho de bife à leão. Trata-se de experimentar os sabões da CUF na limpeza e beneficiação das pinturas. Com uns retoques a óleo – de mendobi – ficarão como novas. A colaboração do mestre saboeiro com o mestre Malhoa leva a palma e oficina das Janelas Verdes, no restauro do restaurante.

À esquerda, o leão espreita e pergunta, aludindo ao título da pintura de Malhoa: "Não dará com o "Pântano" em pantana?"." No topo, uma seta aponta para o barrete de cozinheiro com a frase "Boné arrematado por 15 tostões".

"CUF" é a Companhia União Fabril de Alfredo da Silva, também produtora de sabões. As barras que se vêm no cartoon, sobre o banco, têm o nome de marcas de sabão. 

"Mendobi" é sinónimo de "amendoim" – no canto inferior direito do cartoon está uma recipiente que diz "Óleo de amendoim".

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FRANCISCO VALENÇA

1882-1962

O 'Grupo do Leão' - Interpretação humorística do célebre quadro de Columbano

postal ilustrado

aprox. 14 x 9 cm

Arquivo Municipal do Porto [aqui e aqui]

data: 1940

imagem: DELCAMPE

Versão em postal ilustrado de parte do cartoon de Valença publicado em VALENÇA, 1939: 1. 

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FRANCISCO VALENÇA

1882-1962

A consagração oficial de uma obra de génio

pastel, carvão e tinta-da-china sobre papel

14,5 x 12 cm

data: 1953

Museu Bordalo Pinheiro

imagem: MUSEU BORDALO PINHEIRO

Original do cartoon publicado no Sempre Fixe em 1953 (exemplar ainda não consultado por nós), que recupera parte do desenho de 1939 (ver acima). O texto refere-se aos 1.000.000$00 (e não "1800 contos", como se lê abaixo) que Francisco Assis Chateaubriand ofereceu em 1952 a José da Costa para adquirir Grupo de Leão de Columbano para o Museu de São Paulo, de que era então director. Em 1953, o Estado português comprou a obra para o Museu Nacional de Arte Contemporânea, graças ao esforço de Diogo de Macedo, seu director (SOARES, 2007: 284-285).

Texto do cartoon:

O leão... triste com a redução de mais de 220%.

Parece que um 'leão' pretendia vender para o Brasil a famosa tela de Columbano por 1800 contos, mas o património nacional chamou-a a si por 400. Depois de necessário restauro, visto os artistas retratados não disporem há muitos anos do restaurante, o quadro irá para o único lugar adequado: o Museu de Arte Contemporânea. Parabéns a Diogo de Macedo, que pela posse do 'Grupo' se bateu como um autêntico leão.